domingo, 25 de dezembro de 2011
25-12-2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Como você
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Grandes Olhos
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Conjugação diarréica
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Carta a uma confusão
Querida,
Eu tenho tanta coisa pra dizer, mas eu não quero. Você não sabe de nada, você só supõe e acredita nisso. Vê se me esquece. Esquece tudo o que você acha que é, que sou, os significados trágico de todas as nossas insignificâncias. Lembre apenas de mim. Não fale mais sobre o que é o amor, você já até acabou se confundindo, percebeu? Não dá mais pra dizer das coisas que eu deixei nas minhas caixas empoeiradas ou que pensa que ainda nem tirei daqui de dentro. Suas fugas rápidas são tão ligadas ao passado quanto acha que são as minhas. Parece rancoroso, mas eu sabia que você era assim, só acho que não precisa mais disso. Quem sou eu? Vá, sim. Se esqueça disso tudo, esqueça que algum dia tivemos algo a dizer. Realmente, pare. Desista de tentar entender meu silêncio. Volte para aqueles braços, você pode até escolher. É uma pena. Eu não tenho mais nada a ver com isso. Só não deixo de sentir. Não ando fazendo muito esforço. Preciso, viu? Vá viajar, vá rever, vá passar uns dias. Deixe a mudinha de ódio pra traz, deixe isso morrer, por favor. Vou tentar não atrapalhar, eu juro. Só não pense que vou me esquecer ou que esqueci, ou que eu não sei do que estou falando. Como tudo isso parece tão óbvio! Até discutimos por causa de nossos deslizes do passado uma vez. Quer dizer, meu deslize. O que ainda tem aí... não faço idéia. Aproveite. Só não venha me contar. Eu já ando sabendo demais e o que eu quero mesmo é nem saber. Só espero que o Dylan esteja certo. “The answer, my friend, is blowin' in the wind”. E se estiver ao vento eu sei que ela chegará aqui primeiro. “The answer is blowin' in the wind”. Não sei por que. É em tempo assim que não acho um nome pra você. Ah, graças a algum deus, eu me sinto louco!
Com sentimentos antagônicos,
Eu.
P.S.: Eu sempre terei coisas pra dizer. Você não vai ouvir.
Pénu
Não se zangue
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
Movimento I - único
Ando afim
de correr atrás
duma pequena libertação
de ideias antiliberais
Tem gente aí
sem rumo e paz
que traz em si
tudo o que é capaz
Penso em mim
em pedalar
deixar fluir
meu retorno ao lar
Lar?
Paz?
Atrás?
Regurgitofagiei...ei; ei
sábado, 28 de maio de 2011
Devaneios de um Motorista qualquer
“Não coloca nem a chave no contato, e ainda sai pra fumar. Você é ridículo”. Nem isso consigo fazer: fumar dentro do carro. Fumo faz tanto tempo, o cheiro não incomoda, mas não consigo fumar dentro do carro. Ela não gostava do cheiro, claro. Menina doida, por que ainda lembro dela? Ela e aqueles moleques malucos. Corriam feito o diabo, quase tanto quanto eu. Mas e daí que ela não gostava do cheiro, faz tanto tempo. Por onde ela anda? Talvez tenha amarrado seus burros em algum lugar. Ou em alguém. “Teve mais culhão que você! E ainda achou que ela ia ficar contigo… falando que ‘iam fugir pra algum lugar, que iam esquecer daquele racha estúpido’”. Patético, ela nunca fugiria comigo. Ela sabe do que foge, sonha pra onde corre, deseja o que procura. Pode até não achar, mas sabe muito melhor do que eu. “Você só sabe correr. Dá outro gole. Acende seu cigarro”. Só sei correr, não sei sentir. Corro, meu deus, corro. “Sai da porra do lugar, corre.”
*Coloca a chave na ignição, dá a partida*
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Mais uma noite
Sob a luz incandecente de um apartamento que já nem sabia se era o seu, ela não pensava nele, já há tanto tempo percebeu que era melhor esquecê-lo que sua alma e corpo decidiram atendê-la. Às vezes ainda sobrevinham algumas ondas de mágoas e tristezas, mas uma pequenina dose de raiva era administrada para a salvação, para que não se perdesse numa tentativa de resgatar o passado. Não nasceu pra ficar só, se arranjava como podia e em alguns casos obtia sucesso. Talvez fosse o caso. Não sabia bem o porque, no entanto estava acreditando em um novo alguém ao seu lado. Momento, lugar, dor e riso - tudo colaborava. Só, não, alguma lembrança embassada, porém nem conseguia mais distinguir de quê e isso a acalmava. A trazia de volta ao presente, às poesias e à companhia. Só temia o sono, a hora da solidão. Não sabia ao certo se o que seu coração fazia era dar nós frios ou afrouxá-los, o que fosse já não a enfraquecia.
Sonhava com as promessas. Ainda que tivesse a certeza de serem impossíveis, de terem sido feitas de forma impensada, somente para acalma-lo e deixar que se afastasse menos triste, recaia sobre a crença em seu amor. Acima de tudo, sempre acreditou em seu amor. Esperava que ela aparecesse no dia marcado, na celebração, que ao seu lado sorrisse solta e cantasse em seu ouvido com a voz doce e trêmula de quem ama feliz ou triste, mas ama. Sonhava com os cabelos dela a coçar-lhe o nariz por tê-la com a cabeça descansando em seu peito calmo e acolhedor. Sonhou com o êxtase do último gozo, na noite virada da despedida - esse era um sonho dentro do sonho, pois já sabia que o fim de tudo viria através de um ato tão criacionista quanto o sexo. Por fim, sonhou uma conversa. Um estar lado a lado tão simples e tão deles. Sentia-se incomodado por senti-la incomodada por ele. A perguntava sobre o que estava acontecendo, o que seria do futuro, esqueceu do passado? Não sabia muito bem se esquecer-se disso era algo bom ou ruim, mas devia ser desejado. Viu que todo o onirismo queria como fim aquela resposta. Uma resposta propriamente sua. Não era ela que ia responder. Ela só estava no sonho. Na mente a toda hora, em seu peito a querer partir e ele não concordar. Acordou.
Insônia a contaminava, não de todo ruim. A deixava mais ativa até. Dava mais tempos aos seus textos e poemas, às companhias, às suas trocas com a razão. Pensava que, afinal, foi mais um dia que simplesmente acabou. Não era tão ruim assim. Livre, solta, sua. Gostou. Não se preocupava mais com promessas, ao contrário do ex-amante, tinha o espírito leve daqueles que cumprem sua parte. Só não tinha muita certeza se havia deixado clara a eternidade da sua decisão. Sim, havia. Não através só das próprias palavras, mas das músicas e das rememorações - ritual de passagem para o novo. Tinha em si a certeza de que ia suportar, de que manter a distância já não era algo tão dificil, era desejavel. Quem sabe até isso seja pra sempre? Pensava sem muito alarde. Sem suspiros, sem tantas lágrimas, com um silêncio. Agora era ela. Era outra. É nova, viva. Não se importa com quem não se importou e nem deveria. Viu que quem sempre esteve ao seu lado foi a solidão dela mesma e que talvez a satisfizesse assim. Não quer mais visitas, não quer mais voltas, não interessa muito o que sentem ou pensam. Me interesso mais por mim, sou minha novamente, minhas recordações já foram tiradas e guardadas. Adormeceu.
domingo, 22 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Amor, deles
Nada durava muito. Tudo em vão. Até que encontrou alguém que não se parecia tanto, mas sentiu que era ela. A salvação, o remédio, a própria cura, a volta. Mentira. Mas quando percebeu já estava envolvido demais, queria fugir, continuar olhando para sua lista e buscar o passado. Acabou mantendo. Ficando. Se acomodando. Sabia que não estava certo, que não devia fazer isso com alguém, nem com ele mesmo - talvez fosse pior para ele mesmo. Era frio. Controlado. Um pouco egoísta.
Sua sorte foi que ela não o abandonou, não o temeu. Ela sabia que só ia vencê-lo se entregando, mais que isso, ela tinha certeza que havia alguém ali, um outro ali, que ele não era ele, que ele precisava dele. Encarou aquilo como uma missão. Estava tudo em suas mão, ela sabia desde o inicio. A fragilidade era dele. Medo, dele. Fuga, dele. Desespero, dele. Ela, dela. Amor, deles.
Difícil. A vontade era de, com uma broca, perfurar aquele peito e voltá-lo a vida novamente. Entrar naqueles olhos e entender o que se passou, encontrar um mapa para o que fora escondido. Paciência. Ela estava indo bem, tava mandando ver bonito! Ela sabia.
Ele passível, passível, passava pelo tempo como se o próprio tempo fosse ele.
Ela sempre acima, tudo sob controle. Se conseguisse trazê-lo de volta, pronto. Ele seria dela. Han? Dela? Não! Erro. Ele devia ser dele. Ela se enganou, ela não percebeu. Ela se acabava assim. Ela se dava. Ela se esquecia de si. Não, assim não! Desmoronava. Uma coisa tão bonita, uma dedicação tão pura. Ela ia sumindo. E só ia sobrando ele, quer dizer, aquela parte dele.
Ela não podia mais. Não dá mais. Percebeu que dela pouco sobrava, com ela ele pouco se importava. Se deixou levar. E levaram.
Outra vez? Mais isso agora? Mais de mim vai embora? Ele se perguntava. Se dando conta de que NÂO! Mais dele estava voltando, chegando, de que era sua vez. Ele tinha que fazer alguma coisa, ele podia, devia, fazer alguma coisa, porra!
Era ela, e não é mais. Não era ele, mas agora é. Ele é dele e ela é dela. E deles...
terça-feira, 3 de maio de 2011
Frestas ínfimas
domingo, 1 de maio de 2011
-
Te criei grande dentro de mim
Te fiz maior que o mundo
E o meu mundo sou eu
Se eu pude te dar asas
Não pude te ensinar a voar
Eu nunca soube me lançar aos ares
Sempre disse que iria, mas nunca sozinho.
Agora sou como bronze moldado
Não sirvo para ser observado
Só passo os dias observando eles passarem.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Embaço
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Agudeza onírica
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Caos aqui, caos acolá
As motivações que levaram tunisianos, egípcios, libaneses e outros povos árabes são muito parecidas em todos os países: miséria, autoritarismo, desemprego, corrupção e ditaduras.
Se analisarmos friamente veremos que não são temas assim tão distantes de um cenário pelo qual o Brasil percorreu há pouco tempo e que ainda tenta se livrar de muitos vestígios, aliás com muita dificuldade.
Esse caos anda se espalhando pelo globo e não faz pouco tempo, porém de diferentes maneiras. Parece que o mundo está se baseando num sistema que inevitavelmente promove essa desordem. A Europa já ruma para uma etapa incerta de sua história com economias nacionais dilaceradas, falta de emprego e revoltas; os EUA temem a perda da liderança econômica e militar mundial há muito tempo, porém nunca como hoje; Japão e outros países do extremo oriente já não conseguem ter o mesmo desempenho que teve nas décadas passadas; a China cresce às custas da exploração do povo em todos os sentidos e cerceamento de direitos humanos.
Agora é a vez dos atrasados Oriente Médio e África, verem finalmente quais serão seus papéis no mundo globalizado, onde uma crise não é apenas um problema daqui, mas de onde quer que você esteja. A estrutura montada pelo capital para promover o consumismo exacerbado, a luxuria descomedida e o onírico sonho democrático está desabando e ninguém sabe o que fazer, ou onde vamos parar.
O mais incrível é que tudo parece estar certo, todos bem, se desenvolvendo e parece mesmo.