um refrão pra oração,
um amém para o tesão:
eu tô falando de sexo, música e religião"
Querida,
Eu tenho tanta coisa pra dizer, mas eu não quero. Você não sabe de nada, você só supõe e acredita nisso. Vê se me esquece. Esquece tudo o que você acha que é, que sou, os significados trágico de todas as nossas insignificâncias. Lembre apenas de mim. Não fale mais sobre o que é o amor, você já até acabou se confundindo, percebeu? Não dá mais pra dizer das coisas que eu deixei nas minhas caixas empoeiradas ou que pensa que ainda nem tirei daqui de dentro. Suas fugas rápidas são tão ligadas ao passado quanto acha que são as minhas. Parece rancoroso, mas eu sabia que você era assim, só acho que não precisa mais disso. Quem sou eu? Vá, sim. Se esqueça disso tudo, esqueça que algum dia tivemos algo a dizer. Realmente, pare. Desista de tentar entender meu silêncio. Volte para aqueles braços, você pode até escolher. É uma pena. Eu não tenho mais nada a ver com isso. Só não deixo de sentir. Não ando fazendo muito esforço. Preciso, viu? Vá viajar, vá rever, vá passar uns dias. Deixe a mudinha de ódio pra traz, deixe isso morrer, por favor. Vou tentar não atrapalhar, eu juro. Só não pense que vou me esquecer ou que esqueci, ou que eu não sei do que estou falando. Como tudo isso parece tão óbvio! Até discutimos por causa de nossos deslizes do passado uma vez. Quer dizer, meu deslize. O que ainda tem aí... não faço idéia. Aproveite. Só não venha me contar. Eu já ando sabendo demais e o que eu quero mesmo é nem saber. Só espero que o Dylan esteja certo. “The answer, my friend, is blowin' in the wind”. E se estiver ao vento eu sei que ela chegará aqui primeiro. “The answer is blowin' in the wind”. Não sei por que. É em tempo assim que não acho um nome pra você. Ah, graças a algum deus, eu me sinto louco!
Com sentimentos antagônicos,
Eu.
P.S.: Eu sempre terei coisas pra dizer. Você não vai ouvir.