quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Caos aqui, caos acolá

Os mais atentos devem estar acompanhando os atuais movimentos políticos e populares que estão ocorrendo no norte da África e Oriente Médio. Revoltas, concentrações populares, retirada de pessoas do poder, fuga de estrangeiros, confrontos entre manifestantes, enfim, o caos completo e necessário, infelizmente, pela ambição do homem.
As motivações que levaram tunisianos, egípcios, libaneses e outros povos árabes são muito parecidas em todos os países: miséria, autoritarismo, desemprego, corrupção e ditaduras.
Se analisarmos friamente veremos que não são temas assim tão distantes de um cenário pelo qual o Brasil percorreu há pouco tempo e que ainda tenta se livrar de muitos vestígios, aliás com muita dificuldade.
Esse caos anda se espalhando pelo globo e não faz pouco tempo, porém de diferentes maneiras. Parece que o mundo está se baseando num sistema que inevitavelmente promove essa desordem. A Europa já ruma para uma etapa incerta de sua história com economias nacionais dilaceradas, falta de emprego e revoltas; os EUA temem a perda da liderança econômica e militar mundial há muito tempo, porém nunca como hoje; Japão e outros países do extremo oriente já não conseguem ter o mesmo desempenho que teve nas décadas passadas; a China cresce às custas da exploração do povo em todos os sentidos e cerceamento de direitos humanos.
Agora é a vez dos atrasados Oriente Médio e África, verem finalmente quais serão seus papéis no mundo globalizado, onde uma crise não é apenas um problema daqui, mas de onde quer que você esteja. A estrutura montada pelo capital para promover o consumismo exacerbado, a luxuria descomedida e o onírico sonho democrático está desabando e ninguém sabe o que fazer, ou onde vamos parar.
O mais incrível é que tudo parece estar certo, todos bem, se desenvolvendo e parece mesmo.