sexta-feira, 25 de junho de 2010

Au revoir 21, adios

Meu último dia com 21 anos foi um dia bom. Um dia comum, daqueles, como vários outros, em que acordei com vontade de dormir mais, mas tinha algo - horário marcado - para fazer.

Me levantei com o sol meio apagado. Quando abri a porta da varanda vi o que parecia ser resquícios de uma geada, só que não podia ser, não fez tanto frio assim. Enfim, engraçado! Comi um pedaço do meu bolo de aniversário, que foi feito uma semana antes da data por motivos de força maior, e que já acabou. Saí. E nessa hora do que parecia ter sido uma geadinha não sobrara mais nada: o sol aquecia - sem dúvida -, o céu estava azul claríssimo e a brisa suave. Perfeito. Caminhei sem pressa.

Era minha primeira aula prática para tirar carteira de motorista. Antes dela vi meu amor e troquei um beijo de, talvez, bom dia. Dirigi. Fiquei tenso, mas é normal. O instrutor é gente boa. Essa profissão carrega um certo ar de austeridade e rabugice, mas ele é diferente. Quem sabe todos sejam?

Quando voltei para casa tinha pressa. Fiz a barba, deixei apenas o bigode (já já explico), tomei banho, almocei e já me pus a bater perna novamente. Meu destino era encontrar o pessoal do teatro, fizemos uma apresentação que para mim foi muito boa. Fez-me bem. E era por causa dela que precisava da penugem entre a ponta do nariz e a boca, compreende?

Depois de tudo fui ver minha mãe. Pode ser que esse seja o ponto contrastante do dia. Porque ela está bem, nem brigamos, mas justo ontem passou por uma cirurgia, que por obra de alguém, que não é o destino, agendou a bendita bem no dia que precede a chegada do meu vigésimo segundo inverno. Mas foi bom ver minha mãe afinal de contas. Me fortaleceu, nos fortalece.

Após tudo isso, lá pelas oito horas e miúdos da noite, não via a hora de chegar em casa, cansado. Não resisti. Fui para o teatro. Por outra obra do mesmo alguém um grupo teatral do qual gosto muito e preservo amizade vai apresentar no dia dos meus anOs uma peça nova - e eu não poderei ir. Contudo, fui convidado para assistir o ensaio geral e dar pitacos. Que é um tremendo privilágio (me refiro a ver o ensaio geral), pois é uma pré-estreia privada. Resumindo, a peça é ótima, o texto maravilhoso e desejo toda merda do mundo ao elenco.

Saí do teatro revitalizado, como ele sempre consegue fazer. Com sono. Talvez de um justo. O último dos meus 21.