terça-feira, 18 de agosto de 2009

Saudade em construção

Parti pra matar aquela saudade, uma que apertava bem forte algo de dentro. Saudade, coisa esquisita que não se explica, mas se pode tentar. Saudade de partir, de voltar pra algum lugar. Para o meu lugar. De ver aquelas ruas estreitas atravessadas pelo vento que não cessa, de esquinas que não se cansam de ouvir, durante as madrugadas, conversas que fazem, sem perceber, o tempo e o vento passar. Conversa de gente que costuma mal se acostumar. Que não se contenta com a idéia de se entregar.
Saudade também do tipo simples, de ver quem te quer ver, de tocar quem quer te tocar, de beijar quem quer te beijar. Saudade que morre hoje e renasce amanhã, mas que é saudade boa. Essa que todo mundo quer. Porque o que todo mundo quer, hoje e amanhã, é se jogar.
O duro é quando a saudade grande chega. Aí! Essa até se explica, mas não se entende. Pois se tem saudade de alguma coisa é de algo bom que se viveu ou foi vivido. Porém, quem nunca sentiu saudade daquilo que não aconteceu e devia ter acontecido? Não é desejo. É diferente. Não se trata de querer aquilo que traz beneficio. Mas de só sentir aquilo que não foi sentido. Parece que não faz sentido. Mas sentir é sentimento e razão é explicação.
E como eu disse, "até se explica, mas não se entende".

2 comentários:

Daniel disse...

Êh, saudade...

IsABela araÚjo siLVA disse...

clap! clap! clap!
há um poeta em vc sérgio!
alimente-o!