quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Obama, a volta do perigo vermelho

Queda de popularidade, negociação de votos e acusação de ser comunista. Este é o cenário atual da política de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos. Tornar-se menos popular já era esperado, afinal toda a democracia se frustra um pouquinho ao descobrir que os efeitos de uma mudança política demoram um pouco a aparecer, negociar votos também se justifica pela quase igualitária divisão do senado americano entre republicanos e democratas. Mas acusar o homem mais poderoso do mundo de comunista? Há algo errado, com certeza.


Tudo começou após Obama colocar e tramite a proposta de criação de um sistema de saúde publica para atender os estadunidenses mais pobres, pois é, eles existem. Não demorou nada para os republicanos iniciarem uma propaganda dizendo que o governo queria interferir demais na vida dos cidadãos, controlando onde estes deviam ir para se tratar e quais tratamentos deviam ter. Logo, o horror se espalhou. Pais não dormiam direito preocupados com o futuro de seus filhos, e estes com o bem estar de seus pais que se tornaram em breve idosos e vão precisar de serviços médicos.


O governo com certeza não proverá o melhor tratamento ao seu povo, e sim o mais barato, a real intenção de Obama é matar velhinhas e estancar o crescimento populacional no país. Nisto acredita uma boa parte da população. Parece história de maluco e É. Os traumas dos estadunidenses com o terror vermelho dos militantes comunistas desde o inicio do século passado até o fim da guerra-fria não estavam mortos, ou melhor, ressuscitaram. É impossível pedir para que um norte-americano, que vive entre o México e o Canadá, acredite que seus governantes estão interessados em ajudar a população e fazer com que os pobres, novamente eles, possam ter direito a um tratamento médico de qualidade e assegurado ao momento em que mais precisarem, assim como é impossível um brasileiro entender que o governo extinguirá o SUS.


Na verdade esta reação de parte considerável da sociedade e de seus políticos só provam, respectivamente, que os efeitos de uma propaganda midiática massiva anti-vermelhinhos e os interesses financeiros de lobistas, das indústrias farmacêuticas e de planos de saúde, podem cegar e extinguir o bom-senso de uma nação inteira. Agora, o mais estranho é que ajudar bancos, que se afundaram em dividas, com o dinheiro publico não é nenhum pouco ‘comunista’.

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